23.8.11

"João Batista"



Frame: Vídeo Making Off. Por Cezar Moraes.


É muito penoso pra mim como ator, escolher uma das tantas cenas deste curta-metragem como a melhor cena, por isso, nos últimos posts fotos serão adicionadas e escreverei algumas particularidades relacionadas a estas fotos.

Neste post as fotos são frames extraídos do vídeo de making-off feito por Cesar Moraes.

Acima, na foto em que a câmera esta colada no meu rosto, (foi sempre assim durante as filmágens) foi o dia do edifício Banna, em Belém-PA, equipe toda mobilizada para externa, cena difícil, precisávamos do tempo à nosso favor, um dia bonito, correria,  alguns estresses, mas perfeitamente normais para um set de filmágens. Os moradores do condomínio assistindo o nosso trabalho foi um dos pontos altos do dia, eles puderam ver como se trabalha seriamente com cinema. Alias o Banna internamente é um cenário incrível, moro 27 anos aqui em Belém e nunca tinha entrado ainda naquele prédio, a fotografia ficou linda.

A segunda foto, a que apareço em cena sem camisa, aconteceu em uma das locações que mais gostei, o quarto de João Batista, todo criado por Boris Knez, cena complicada, muita concentração, tinha que tomar remédios. Placebo? Será? Tic-Tac? Pílula de farinha? Só sei que na hora eu engoli pílulas de verdade, achei muito do caralho isso. Gosto de me acidentar no meu trabalho de ator. (O direção claro não gostou – Quem deu remédio de verdade pro meu ator? Porra!!!). Nem as pessoas que me conhecem sabem que tenho tatuagem, as fiz antes de me tornar um ator. Gosto delas, mas já perdi alguns personagens por causa disso, tenho 5 tatuagens, Sonia Penna Maquiagem, incrível, sensacional, ela fez sumir todas elas, nesta cena apareceriam 3 das 5 mas Sonia Penna fez sumir, ela é uma profissional incrível. No quarto uma riqueza de detalhes espantosos que Boris Knez concebeu juntamente com sua equipe de arte. (Boris e a sua equipe, são as pessoas).

A próxima foto é a da cena do fusquinha amarelo, adorei esse fusquinha, pedi pra direção pra eu dirigir, pedi pro João Batista dirigir mas não deu. Cena externa em frente ao edifício Banna, cones, faixa de isolamento, guardas de trânsito, não entra e nem sai carro da rua, figurantes da rua, João Batista correndo, gostei muito dessa cena. Juliana – Você vai entrar, se livre da bolsa, ligue o carro e saia. João Batista – Tu vais entrar senta no banco do carona e olha pra parede, tem uma fita laranja. (A bendita fita laranja). AÇÃO! A Geisa estancou o carro!!! [muito risos da equipe], este frame capta exatamente este momento. Mas defenderei a Geisa agora, o fusca era antigo e para liga-lo só com um velho “macete” na ignição, era difícil, só o dono do carro sabia ligar. E quando eu ia fechar a porta, a maçaneta saía.

O último frame deste post refere-se a uma das cenas de maior impacto pra mim como ator, cena duríssima, bastante tensa, pra todos que estavam no set esta cena foi da Juliana, Parabéns Geisa, mais uma cena com uma fortuna de detalhes, direção de arte impressionante: as garrafas coloridas, as paredes, as luzes, os figurantes sem rostos da cidade velha, o Rubão, os circenses, a cospe-fogo, muita gente, a cabeça, a bandeja, a equipe, o anel de caveira. Cena sem dublês, já disse que gosto dos acidentes no meu trabalho de ator, gosto dos arranhões, baques e cicatrizes que guardo dos meus personagens. Neste frame e nesta cena acrescentou ainda mais a certeza que tenho da minha profissão, do meu ofício. Eu sou ator.


Um comentário:

  1. Que bom que a sua parceria com o Elarrat está dando frutos, o blog do jambeiro é ótimo, adoro quando vocês escrevem. beijos a todos daqui e de lá.

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