É muito penoso pra mim como ator,
escolher uma das tantas cenas deste curta-metragem como a melhor cena, por
isso, nos últimos posts fotos serão adicionadas e escreverei algumas particularidades
relacionadas a estas fotos.
Neste post as fotos são frames extraídos
do vídeo de making-off feito por Cesar Moraes.
Acima, na foto em que a câmera esta
colada no meu rosto, (foi sempre assim durante as filmágens) foi o dia do edifício
Banna, em Belém-PA, equipe toda mobilizada para externa, cena difícil, precisávamos
do tempo à nosso favor, um dia bonito, correria, alguns estresses, mas perfeitamente normais
para um set de filmágens. Os moradores do condomínio assistindo o nosso
trabalho foi um dos pontos altos do dia, eles puderam ver como se trabalha
seriamente com cinema. Alias o Banna internamente é um cenário incrível, moro 27
anos aqui em Belém e nunca tinha entrado ainda naquele prédio, a fotografia
ficou linda.
A segunda foto, a que apareço em
cena sem camisa, aconteceu em uma das locações que mais gostei, o quarto de
João Batista, todo criado por Boris Knez, cena complicada, muita concentração,
tinha que tomar remédios. Placebo? Será? Tic-Tac? Pílula de farinha? Só sei que
na hora eu engoli pílulas de verdade, achei muito do caralho isso. Gosto de me
acidentar no meu trabalho de ator. (O direção claro não gostou – Quem deu
remédio de verdade pro meu ator? Porra!!!). Nem as pessoas que me conhecem sabem
que tenho tatuagem, as fiz antes de me tornar um ator. Gosto delas, mas já perdi
alguns personagens por causa disso, tenho 5 tatuagens, Sonia Penna Maquiagem, incrível,
sensacional, ela fez sumir todas elas, nesta cena apareceriam 3
das 5 mas Sonia Penna fez sumir, ela é uma profissional incrível.
No quarto uma riqueza de detalhes espantosos que Boris Knez concebeu juntamente
com sua equipe de arte. (Boris e a sua equipe, são as pessoas).
A próxima foto é a da cena do
fusquinha amarelo, adorei esse fusquinha, pedi pra direção pra eu dirigir, pedi
pro João Batista dirigir mas não deu. Cena externa em frente ao edifício Banna,
cones, faixa de isolamento, guardas de trânsito, não entra e nem sai carro da
rua, figurantes da rua, João Batista correndo, gostei muito dessa cena. Juliana – Você vai entrar, se livre da bolsa, ligue o carro e saia. João Batista – Tu vais entrar senta no banco do carona e olha pra parede,
tem uma fita laranja. (A bendita fita laranja). AÇÃO! A Geisa estancou o carro!!! [muito risos
da equipe], este frame capta exatamente este momento. Mas defenderei a Geisa
agora, o fusca era antigo e para liga-lo só com um velho “macete” na ignição,
era difícil, só o dono do carro sabia ligar. E quando eu ia fechar a porta, a
maçaneta saía.
O último frame deste post
refere-se a uma das cenas de maior impacto pra mim como ator, cena duríssima, bastante
tensa, pra todos que estavam no set esta cena foi da Juliana, Parabéns Geisa,
mais uma cena com uma fortuna de detalhes, direção de arte impressionante: as
garrafas coloridas, as paredes, as luzes, os figurantes sem rostos da cidade
velha, o Rubão, os circenses, a cospe-fogo, muita gente, a
cabeça, a bandeja, a equipe, o anel de caveira. Cena sem dublês, já disse que
gosto dos acidentes no meu trabalho de ator, gosto dos arranhões, baques e cicatrizes
que guardo dos meus personagens. Neste frame e nesta cena
acrescentou ainda mais a certeza que tenho da minha profissão, do meu ofício. Eu sou ator.
Que bom que a sua parceria com o Elarrat está dando frutos, o blog do jambeiro é ótimo, adoro quando vocês escrevem. beijos a todos daqui e de lá.
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